Um grande amor não morre, apenas adormece...

O óleo e a água

O óleo não se mistura com água, e na bondade filosófica do amor, o óleo achava que os dois poderiam se misturar sim! O óleo ama a água, e achava que a água o amava também. A água um dia falou pra ele que o amava muito. E houve troca de afetos e amores! O óleo acreditava que o amor deles era suficiente pra tudo, mesmo o impossível seria possível, o seu amor seria capaz de tudo! O óleo acreditou nessa mistura piamente, e foi longe demais na sua construção! Até tentou derrubar às leis da química, imaginem! Posso chamar o óleo de sonhador! O óleo depois de muitas tentativas de misturar-se a sua amada água... mesmo mostrando a água as inúmeras possibilidades para uma mistura... percebeu que só ele tentava inutilmente essa mistura... o óleo já cansado e triste, todo desiludido no alto da sua solidão, tomou consciência daquela impossibilidade e decidiu conservar aquele amor no seu coração pra sempre. Separando-se e isolando-se completamente da água e de todos. O óleo em homenagem ao seu próprio amor isolou-se completamente do mundo, só dirigindo-se ao próprio através da escrita. E ninguém mais viu o óleo pessoalmente ou ouviu a sua voz. O seu silêncio ecoa e conservará seus sentimentos eternamente. Não mais importa a mistura com a água e sim os sentimentos que ele tem por ela.

Mário Augusto de Souza

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